13/03/2013
A lealdade difere da
fidelidade, pois esta é uma relação baseada na fé. Se entre duas pessoas há
entendimento de fé mutua e recíproca, há fidelidade. Se, entre duas pessoas, há
comunhão de objetivos e se, no enfrentamento destes com a realidade os
objetivos ainda são válidos – porque derivam de um princípio superior – há
lealdade.
Não pode haver
lealdade plena sem fidelidade ou fidelidade plena sem lealdade: não são a mesma
coisa, mas se completam. Ou seja: de nada vale uma fé que não possa resistir às
adversidades do tempo, a ponto de se tornarem princípios que guiem nossas vidas.
Igualmente, de nada valem princípios adquiridos por meros hábitos se não
revelarem uma fé na capacidade do homem seguir as leis divinas.
Quando digo “de nada vale”, não quero dizer que uma pessoa não
consiga ou não deva viver assim. Ao contrário, parece-nos hoje que a maior
parte da humanidade vive ora numa fé irrefletida ora se baseando em princípios
de vida puramente materialistas. Ao dizer que viver só num ou noutro de nada
vale, dizemos que não adianta, para aqueles que aqui estudam, viver sem um sentido
e um objetivo de vida que nos melhorem enquanto pessoas e nos aproximem de
Deus.
São Tomás de Aquino nos ensina que para uma ação ser considerada
boa, ela deve ser boa em suas intenções, em sua execução e em seus resultados.
É, portanto, para evitar aquele caminho pavimentado de boas intenções, que é
por sinal o do Inferno, que devemos estudar, rezar e acreditar: é preciso ter
fé nos irmãos e ser leal ao nosso coração; é preciso agir no mundo (com todos
os seus horrores) com a certeza de que a centelha divina nos criou.
Nesta comunhão de vida prática e fé, nossa vida pode ser lida de
uma nova forma, adquirindo um sentido maior, como se de relance pudéssemos
passar os olhos pelos escritos da Providência.
Érick Luiz Wutke Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário